Outro dia estava atendendo no meu consultório em Icaraí, quando me deparei com 3 pacientes seguidos trazendo a mesma reclamação:
“Doutor, eu sinto uma dor incrível, ao colocar o pé no chão pela manhã!”
Aproveitei esse gancho para trazer aqui pro meu blog esse texto sobre a Fascite Plantar, ou o popularmente conhecido “esporão do calcâneo”
Primeiro gostaria de esclarecer que mesmo sendo conhecidos como sinônimos, não são a mesma coisa. O esporão do Calcâneo não é uma doença, na verdade, ele é um achado do raio-x. Isso mesmo, o esporão do calcâneo é uma calcificação que pode surgir na região inferior do osso calcâneo, e está relacionado à microtraumas de repetição e inflamação crônica da região da fáscia plantar. Esse achado está presente em muitos pacientes portadores de fascite plantar, no entanto muitos portadores de fascite plantar não apresentam essa imagem no raio-x.
E afinal, o que é essa tal de fascite plantar, que tanto faz doer meu pé pela manhã?
Falando de uma forma simples, a fascite plantar nada mais é que uma inflamação de um tecido fibroso localizado na planta do pé, que liga o calcanhar aos dedos.
Essa inflamação pode ser desencadeada por diversos fatores como microtraumas de repetição, encurtamento do tendão de aquiles, deformidades dos pés como o “pé chato” e o pé cavo. Além disso, o sobrepeso parece ter também forte relação com o surgimento da fascite plantar.
Estudos mostram que essa doença pode atingir uma a cada dez pessoas no mundo, pelo menos uma vez na vida. Cerca de 1% da procura por um ortopedista, é em busca de tratamento pra dor da fascite plantar.
Antes de fechar o diagnóstico de fascite plantar devemos excluir outras causar de dor nessa região, que podem confundir o ortopedista, são elas: Fratura por estresse do calcâneo, tumor, infecções, alterações do coxim plantar, fibromatose plantar, entre outras…
A queixa mais clássica é a dor na primeira pisada do dia. Essa é uma dor aguda e pontual bem na sola do pé, que vai amenizando durante o dia.
Com o passar do tempo, essa dor na sola do pé vai ficando cada vez mais constante, e começa atrapalhar as atividades diárias dos pacientes.
A fascite plantar tem como característica a alternância entre períodos de melhora e piora dos sintomas. Estudos mostraram que a duração média da doença pode chegar a 12 MESES!.
O diagnóstico é basicamente clínico, no entanto alguns exames complementares como radiografias, ultrassonografia e ressonância magnética, podem ser solicitados para exclusão de outras doenças mais graves.
O tratamento não cirúrgico tem sucesso em cerca de 90% dos casos quando realizado de forma correta.
Tratar a fascite plantar não é fácil, e o paciente deve entender que ele próprio tem papel fundamental no sucesso do tratamento.
Procurar um médico ortopedista é o primeiro passo, só ele pode avaliar os sintomas, dar o diagnóstico e prescrever o melhor tratamento para fascite plantar.
Se você tem os sintomas da fascite plantar, ou tem algum familiar que tenha, clique aqui e agende uma consulta para que eu possa te ajudar.
Muito obrigado.
Dr. Luis Felipe Padilha
Ortopedia e Traumatologia